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O NOVO NEM SEMPRE É O MELHOR

| segunda-feira, 4 de maio de 2009

Coluna do Darlan Rocha

Corram todos e passem logo pelo vestíbulo. É agora ou nunca!
E quanto a você que ainda vai esperar terminar o ensino médio pra tentar... bem, eu digo: Boa sorte!

O MEC aprovou em abril deste ano uma unificação de todos os processos seletivos para ingressar no ensino superior no Brasil; seria algo relativo com uma nova roupagem para o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) que acontece todo ano com o objetivo de avaliar o ensino público no Brasil. A ideia proposta é que, ao invés de estudantes se inscreverem em diversas universidades submetendo-se a passar por várias e várias horas de prova, agora todos aqueles que quiserem ingressar em uma graduação farão apenas uma única prova, denominada: novo enem.

enem

O "novo enem" só será útil àquelas universidades as quais os reitores aceitem essa substiuição como o novo processo seletivo da instituição, a prova acontecerá dias 03 e 04 de outubro e terá 200 questões envolvendo todas as matérias cobradas no vestibular acrescentada a uma redação. Segundo os organizadores, a essência das questões dessa nova prova perderá aquela exigente decoreba e dados específicos típicos de vestibulares, voltando os assuntos das questões mais pra resoluções de problemas do dia-a-dia, lógica e raciocínio rápido.
A ideia parece ser boa, leva uma bandeira de igualdade de ensino em todo o país, e nada mais justo do que somente os melhores dos melhores passar no vestibular. Certo? Errado.

Admiro o Brasil por sua miscigenação, pela variedade em cultura e principalmente pelo respeito que cidadãos tem uns com os outros. Cada indivíduo convive com diferenças sem medo de ser feliz, isso verdadeiramente me encanta. A única coisa que me incomoda é o tal do sistema de cotas. É claro a aparição de uma atitude paradoxal: em meio a tanta liberdade, em meio a tanto “respeitar diferença” aparece um sistema que separa e exclui a raça e origens de uma pessoa. lápis02
É fácil, por exemplo, perceber que sistema de cotas em universidades correspondem a preconceito em massa. E, pelo famoso “jeitinho brasileiro” muitos políticos com seus aliados fizeram a cabeça da população e deu um sentido digno ao sistema das cotas. Tolos aqueles que acreditam. Mal sabem que o sistema de cotas além da promoção do preconceito é para disfarçar aquele velho déficit educacional.
Tapar o sol com a peneira é bem típico do "brasileirinho" mesmo.
E o novo enem nada mais é do que mais um meio de nova roupagem aos interesses governamentais.
Daqui a alguns anos somente as classes sociais mais privilegiadas terão o direito da graduação, dificultando ainda mais a entrada de classes inferiores no ensino superior. Está bem claro: todo esse novo processo incentiva a elitização do ensino superior. Abaixo a elitização! E mais uma vez, assim como o sistema de cotas, o governo está dando seus “pulinhos” e mostrando a população o novo enem com uma roupagem que só traga facilidade, justiça e igualdade.
O único caminho certo o governo, com certeza, já enxergou. Mas prefere sempre o mais fácil ao mais trabalhoso. Investir, sem corrupção e com verdades, na educação brasileira é a chave pra que tudo ocorra ordem e decência. Claro que não se resolverá de uma hora pra outra, mas se pensarmos bem, não foi de uma hora pra outra que as coisas desandaram pra chegar ao ponto que está hoje.
Já dizia o ditado: “Pimenta no olho dos outros é refresco”; pra ocasião eu diria: “Pimenta no vestibular dos outros é refresco”.
Fazer o quê né? O jeito é DEIXAR ARDER!

10 comentários:

Marina Bueno disse...
4 de maio de 2009 às 15:31

como sempre , no brasil, tentam resolver os problemas apenas remediando .. o que só causará mais prejuizo no futuro! além de tuudo esse novo vestibular vem com uma exclusão; um aluno pobre do amazonas, passando em minas por exemplo, vai ter condições de vir fazer seu curso superior aqui? resposta obvia! e concordo plenameeente com oo que você disse, esse vestibular unificado resultará na quebra do que resta das universidades fedrais. Reitores, sejam SENSATOS e digam NÃO a esse estilo de processo seletivo!(o que penso ser um pouco dificil, ja que o ministério da educação está destinando verbas gordas às universidades que aderem .. dificil competir com esse método!)

Darlan Caires disse...
4 de maio de 2009 às 17:20

A Marina tocou na ferida e no ponto crucial do porquê disso tudo estar acontecendo: o capital!
Logo de início a ideia não foi muito bem aceita, mas quando falou de uma certa "recompensa" pelos danos que este novo sistema causaria todos mudaram a visão e passaram a defender com unhas e dentes a nova proposta que facilitaria a vida dos estudantes que sonham com o ensino superior!
O problema deve ser comigo, tô cego e não consigo ver nada de bom nisso. Só pode...

Tito Tosco disse...
4 de maio de 2009 às 19:20

Mas camarada, pensemos um pouco antes..
Vc começa fazendo um critica a unificação do vestibular mas argumenta contra as cotas..
Define o tema antes....

Seu Tião disse...
4 de maio de 2009 às 20:41

Darlan, assim como você, sou radicalmente contra o sistema de cotas. Porém, não consegui vizualizar ainda até que ponto o 'novo enem' será excludente. Não tenho uma opinião 100% formada ainda, mas o que tenho para mim é que os melhores continuaram sendo os que entrarão nas faculdades. Sendo assim, o resto facilitaria a vida dos vestibulandos: desvalorizar a decoreba, qualificar o raciocínio e a capacidade de relacionar temas; ter que fazer uma prova ao ínves de várias; ter a oportunidade de fazer uma prova de uma universidade de outro estado no seu próprio estado. Enfim, está 'roupagem' do 'novo enem' me agradou quanto a isto. Porém, o que não acho certo, é esta mudança acontecer de maneira tão repentina. Não consigo ver tempo hábil para uma mudança tão drástica no sistema do vestibular. Além disto, considero uma injustiça para os estudantes que hoje já estão no ensino médio, principalmente os que farão vestibular este ano, e que desde o começo do ensino médio estudam para um modelo de vestibular e ter que, de uma hora pra outra, mudar todo o foco e linha de estudo. Na minha opinião, quem sabe, com aviso prévio, daqui a pelo menos três anos a unificação do novo enem pode ser algo positivo.

Darlan Caires disse...
4 de maio de 2009 às 22:41

Valderrama: em nenhum momento do texto eu disse uma crítica positiva à unificação, se não por sarcasmo... vamos interpretar melhor e ler com mais atenção os trechos do texto, hein? rs. Quero deixar bem claro aqui que sou contra a unificação e contra as cotas. Sem contradições, porfavor.

Seu Tião: Vejo sua posição com muita coerência e com uma lógica muito bem elaborada. Eu concordaria contigo se não fosse as diferenças do nosso país. O Brasil ainda não tem essa capacidade de poder educacional igualitário, não há como conconcorrer a educação do nordeste com a do sudeste, por exemplo. Há muita coisa a se fazer antes de tomar essa decisão tão drástica como é este sistema. Há muita injustiça oculta aí!

Marina Bueno disse...
4 de maio de 2009 às 23:17

EXATAMENTE, concordo de novo com o Darlan. O Brasil é um país totalmente despreparado para mudanças tão bruscas, ainda mais na área da educação no qual somos tão deficientes. também sou totalmente contra o sistema de cotas. É necessário fortalecer a BASE de qualidade para cobrar mais dos alunos na faculdade e não diminuir o nivel do ensino superior por causa de uma falha nos primórdios da educação ..

Seu Tião: eles querem que a gente pense que essas são as vantagens, por causa das tais ''recompensas'', esse é o argumento mais forte. na minha opinião, 200 questões e mais uma redação são capazes de dar um nó na cabeça de qualquer aluno ..

Darlan Caires disse...
4 de maio de 2009 às 23:26

Marina é digna! risos.
Assino em baixo.

Thiago Vasconcelos disse...
5 de maio de 2009 às 18:46

Marina, realmente 200 questões não é nada fácil, mas vale lembrar que será dividido em dois dias. A mudança em si, no papel, me agrada, pelos motivos que já citei acima. Agora a mudança acontecer agora, de maneira tão repentina, para mim é um absurdo.
E quanto a desigualdade na educação brasileira, que realmente significa um grave problema e é um dos tantos absurdos do nosso país, penso que independente do tipo de vestibular os alunos de escolas públicas em condições precárias continuaram desprevilegiados, e que a solução para isto vai muuuito além e quase indifere do tipo de vestibular no qual estes estudantes irão se submeter.

P.S.: Sou o Seu Tião =]

Thalyta disse...
12 de junho de 2009 às 18:40

Na verdade a tentativa não é das piores e na teoria toda essa idéia de educação igualitária é bem vista. Entretanto não se pode fazer um sistema educacional igualitário quando a desigualdade começa na educação infantil... Enquanto as escolas particulares se estruturam e conseguem projetar o aluno em situações cada vez mais adequadas ao aprendizado, poucas são as instituições de ensino público que atingem esse ideal. Daí as consequências só crescem, e as disparidades se mostram cada vez mais frequentes durante ensino fundamentral e principalmente ensino médio, salvo as escolas de ensino técnológico e militares quem desempenham seu papel educacional tão bem ou até mehlor que as particulares. Com isso nada mais provavel que diferenças abismais entre os alunos das duas fazes durante os concursos vestibulares. Sendo assim, precisa-se antes de tudo uma reforma educacional, para que posteriormente mude o vestibular. Este precisa sim ser revisto, até porque em cada lugar do país ele acontece de um jeito, e isso não favorece em nada o canditado (esperiência próprio), precisa-se sim ocorrer uma padronização e quem sabe no futuro até um extinção do processo, semelhantemente ao que ocorre na Europa.

Mas essa mudança não pode vir sozinha, como está vindo em nosso país.

Anônimo disse...
17 de junho de 2009 às 12:47

CADÊ MEU CHINELO?

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